Primeiro lote de IFA para vacina Oxford/AstraZeneca deve chegar sábado

O primeiro lote de ingrediente farmacêutico ativo (IFA) para a produção da vacina Oxford/AstraZeneca no Brasil foi liberado por autoridades chinesas e deve chegar ao Rio de Janeiro no próximo sábado (6). A informação é da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que fará a formulação e o envase das doses.

O voo com o IFA está previsto para decolar de Xangai às 7h35 de amanhã (5) no horário local, o que equivale às 20h35 de hoje (4) no horário de Brasília. O avião deve pousar no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro às 17h50 de sábado.

O ingrediente farmacêutico ativo foi produzido na China pelo laboratório Wuxi Biologics, contratado pela farmacêutica AstraZeneca, que desenvolveu a vacina em parceria com a Universidade de Oxford.

O primeiro lote do IFA já estava pronto desde o mês passado e aguardava licença de exportação e a conclusão de procedimentos alfandegários para que o envio pudesse ocorrer.

O governo brasileiro assinou um acordo com a farmacêutica europeia e a universidade britânica para que a vacina pudesse ser produzida no Brasil, no Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz).

Inicialmente, o Brasil vai produzir a vacina com IFA importado da China, porém, o acordo também prevê transferência de tecnologia para nacionalizar a produção do insumo, o que deve ocorrer no segundo semestre.

A Fiocruz espera o envio de 14 remessas de IFA ao longo do primeiro semestre, cada uma delas com insumo suficiente para produzir 7,5 milhões de doses. As primeiras duas remessas deveriam ter chegado em janeiro, e o contrato prevê que a fundação receba o suficiente para produzir 100,4 milhões de doses até julho.

Após a nacionalização do IFA, a Fiocruz poderá produzir mais 110 milhões de doses, chegando a 210,4 milhões de doses até o fim de 2021.

A vacina Oxford/AstraZeneca já está sendo aplicada no Brasil devido à importação de 2 milhões de doses prontas, que foram produzidas pelo Instituto Serum, parceiro dos desenvolvedores do imunizante na Índia.

 

Vacina Covaxin, da Índia, será testada no Brasil

O Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein deve começar em março, por um período de 45 a 90 dias, o teste da fase 3 da vacina Covaxin, com previsão para o resultado em maio. Serão em torno de 3 mil voluntários testados em cinco centros de referência. A vacina é desenvolvida na Índia pelo laboratório Bharat Biotech.

De acordo com a imunologista e pesquisadora do instituto Glaucia Vespa, a Coxavin é uma vacina de vírus inteiro inativado e apresenta efeitos colaterais comuns. “Os efeitos colaterais serão determinados no estudo clínico de fase 3. Os dados observados até agora indicam que a vacina é bem tolerada e segura, apresentando apenas efeitos colaterais comuns às vacinas inativadas utilizadas rotineiramente”.

Os locais em que a vacina será testada ainda não foram determinados. “Estamos em processo de finalização de contrato com cinco centros de referência pelo Brasil. Serão 3 mil voluntários, com inclusão competitiva. Ou seja, vai depender da seletividade no processo de recrutamento e inclusão dos centros”, disse. 

Os voluntários não precisam ser profissionais de saúde, apenas maiores de 18 anos de idade, sem histórico da covid-19. Serão aplicadas duas doses da vacina, com intervalo de 28 dias.

Mesmo com a decisão de ontem (3) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de não exigir estudos da fase 3 em andamento no Brasil para autorização emergencial no país, a pesquisadora Glaucia Vespa disse que o objetivo do instituto é consolidar o país como referência no segmento, além de aumentar o acesso às vacinas. 

“O Einstein acredita que a realização de estudos clínicos com vacinas candidatas confere maior expertise aos centros de pesquisas clínicas brasileiros, consolidando o país como referência no segmento, e apresenta vantagens aos participantes, que receberão a vacina imediatamente após a conclusão pela sua eficácia. Além de aumentar o acesso à vacinas nesse momento pandêmico tão crítico para a população”, disse a pesquisadora.

Poupança tem retirada recorde de recursos em janeiro

Depois da captação recorde de recursos em 2020, a aplicação financeira mais tradicional dos brasileiros iniciou 2021 com forte retirada. Em janeiro, os investidores retiraram R$ 18,15 bilhões a mais do que depositaram na caderneta de poupança, informou hoje (4) o Banco Central (BC).

O resultado é o maior registrado para todos os meses desde o início da série histórica, em 1995. Em janeiro do ano passado, os brasileiros tinham sacado R$ 12,36 bilhões a mais do que tinham depositado.

Tradicionalmente, o primeiro mês do ano é marcado por retiradas expressivas de recursos da caderneta de poupança. O pagamento de impostos e despesas como material escolar e parcelamentos das compras de Natal impactam as contas dos brasileiros no início de cada ano.

No ano passado, a poupança tinha captado R$ 166,31 bilhões em recursos, o maior valor anual da série histórica. O pagamento do auxílio emergencial e as instabilidades no mercado de títulos públicos nas fases mais agudas da pandemia de covid-19 atraíram o interesse na poupança, mesmo com a aplicação rendendo menos que a inflação.

Rendimento

Com rendimento de 70% da Taxa Selic (juros básicos da economia), a poupança rendeu apenas 1,97% nos 12 meses terminados em janeiro, segundo o Banco Central. No mesmo período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado prévia da inflação, atingiu 4,23%. O IPCA cheio de janeiro será divulgado na próxima terça-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A perda de rendimento da poupança está atrelada a dois fatores. O primeiro foram as recentes reduções da taxa Selic (juros básicos da economia) para o menor nível da história. Atualmente a taxa está em 2% ao ano. O segundo foi a alta nos preços dos alimentos, que impactou a inflação no segundo semestre do ano passado.

Para este ano, o boletim Focus, pesquisa com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central, prevê inflação oficial de 3,53% pelo IPCA. Com a atual fórmula, a poupança renderá 1,4% este ano, caso a Selic de 2% ao ano fique em vigor durante todo o ano. O rendimento pode ser um pouco maior caso o Banco Central aumente a taxa Selic nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).

Faturamento da indústria sobe em dezembro, diz CNI

Os Indicadores Industriais da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostram que o faturamento da indústria de transformação subiu 1,6% em dezembro de 2020 na comparação com novembro. Mesmo com a pandemia do novo coronavírus (covid-19), as vendas reais encerraram o ano com alta de 0,8% em relação a 2019. 

A pesquisa, divulgada hoje (4), identificou ainda que o emprego aumentou 0,2% em dezembro em relação ao mês anterior, o quinto mês consecutivo com alta nas contratações no setor industrial.

De acordo com os dados, a utilização da capacidade instalada (UCI) da indústria alcançou 80,6% em dezembro, acima da média no ano de 2020, de 76,4%. Esse indicador trata do percentual de máquinas comprometidas na produção, o que, segundo a CNI, em dezembro, aponta para atividade bastante aquecida.

Para a entidade, o resultado aponta a continuidade da recuperação da indústria, que teve início logo após as fortes quedas de maio e abril e durou todo o segundo semestre do ano passado. De acordo com a CNI, entretanto, os dados não apontam para um setor sem problemas no pós-crise, mas mostram que a indústria conseguiu reagir à pandemia, ainda que a recuperação econômica não esteja consolidada.

O índice de horas trabalhadas na produção registrou alta de 2,5% em dezembro de 2020 na comparação com novembro. É a oitava alta consecutiva do índice, que acumula crescimento de 38% no período.

Rendimento do trabalhador

Por outro lado, a massa salarial paga pela indústria caiu 0,8% em dezembro do ano passado, frente ao mês anterior. O rendimento médio pago aos trabalhadores da indústria também recuou 3,4% em dezembro de 2020 na comparação com novembro.

De acordo com a CNI, a queda na massa salarial e na renda em dezembro são resultado do que ocorreu nos meses mais críticos da pandemia, quando houve antecipação de férias, férias coletivas e pagamento de 13º salário. “Em anos típicos, normalmente há o pagamento de 13º salário e um maior número de férias em dezembro de cada ano, o que aumenta a massa salarial e os rendimentos pagos aos trabalhadores”, explicou a entidade.

Hugo Calderano acerta com equipe russa para Champions League 21/22

O mesatenista brasileiro Hugo Calderano já tem uma nova casa para a Champions League da próxima temporada. O atleta de 24 anos acertou com o Fakel Gazprom Orenburg, da Rússia. O carioca terá a missão de ajudar o clube a conquistar seu sexto título europeu. A equipe é a principal potência do continente na última década. Conquistou cinco troféus de Champions League em oito finais disputadas, nove títulos da Liga Russa, uma Copa da Europa e uma Supercopa da Europa. “Estou muito feliz por me juntar ao Fakel Gazprom Orenburg para jogar a próxima temporada da Champions League. Essa mudança vai permitir que eu mantenha um calendário mais livre para me dedicar aos treinamentos e torneios internacionais. Ao mesmo tempo, vai me dar a chance de participar de uma competição de alto nível como a Champions League, com uma equipe super competitiva”, afirmou o brasileiro.

Na semana passada, Calderano, sexto colocado do ranking mundial, havia anunciado que deixará o Liebherr Ochsenhausen ao fim da atual temporada, previsto para o mês de maio. O principal fator que motivou a saída de Hugo depois de sete anos jogando na Alemanha foi o desejo de dedicar mais tempo ao novo circuito mundial de tênis de mesa, rebatizado de Federação Internacional de Tênis de Mesa (WTT). A partir deste ano, os eventos internacionais terão ainda mais relevância, tanto em pontuação quanto em premiação. Além disso, devido à pandemia do novo coronavírus, os torneios serão agrupados em curtas temporadas de sedes únicas, limitando a disponibilidade do brasileiro para disputas por clubes.

Em Orenburg, na Rússia, Hugo conseguirá conciliar ambos os calendários, já que reforçará a equipe somente nos confrontos da Champions League. A competição está prevista para começar no segundo semestre deste ano, mas ainda não teve suas datas anunciadas. O próximo compromisso de Hugo está marcado para esta sexta-feira (5), quando Ochsenhausen enfrentará o líder Borussia Düsseldorf, pela 16ª rodada da Bundesliga. A equipe do brasileiro ocupa a terceira posição na tabela, com dez vitórias em 16 jogos – os quatro primeiros avançam aos playoffs.
 

Rugby: COBRAS será a franquia brasileira na Superliga Americana

A Confederação Brasileira de Rugby (CBRu) confirmou nesta quinta-feira (4) que a franquia COBRAS será a representante do país na Superliga Americana da modalidade (SLAR), principal torneio de clubes do continente sul-americano. O nome da equipe surgiu com a intenção de criar identificação entre a comunidade do rugby e a única franquia do país a disputar torneios internacionais. Uma das inspirações é a antiga expressão “a cobra vai fumar”, cujo exagero fantasioso significa realizar algo inusitado e de grande valor.

Para os atletas da equipe, que foram determinantes na escolha do nome, o ditado é um elemento motivador para todos surpreenderem e construírem uma bela história. “Estamos contentes com o batismo da franquia. O rugby nacional está passando por renovações e temos grandes desafios nesse começo de ano. Estamos fazendo nossa parte, treinando forte, progredindo a cada semana, para vencer com o COBRAS e honrar nosso país em todas as competições”, comenta Felipe Sancery, capitão do time, à equipe da CBRu.

Outra referência forte para a marca é a diversidade ecológica e cultural brasileira. Protagonizam o imaginário popular personagens como a anaconda, a cobra grande e o Boitatá, imensa cobra de fogo da cultura tupi-guarani que defende a floresta dos malfeitores.

Para o Brasil, participar desse tipo de torneio é uma chance para os jogadores entrarem em campo em partidas de alto nível e se prepararem para as Eliminatórias da Copa do Mundo. As disputas por vaga no mundial devem iniciar logo após a edição 2021 da SLAR. “O ano é especial, um ano de qualificação para a Copa do Mundo. O grupo acredita muito no trabalho que vem sendo desenvolvido e tem feito todo o esforço possível para buscar evoluir a cada dia. Nesse cenário, a SLAR entra como algo fundamental para o processo de construção do caminho para nosso principal objetivo que é estar no Mundial”, avalia Fernando Portugal, head coach das Seleções Brasileiras, à equipe da CBRu.

O argentino Emílio Bergamaschi, ex-treinador assistente da Argentina e consultor técnico de alta performance da Confederação Sul-Americana, será o head coach dos COBRAS na SLAR. “O rugby brasileiro vem evoluindo a cada ano, isso é notável para toda a comunidade. Nosso desafio na SLAR será uma etapa importante para sonharmos mais adiante com a vaga no Mundial. O intercâmbio com os atletas argentinos está fluindo muito bem e apostamos que seja valioso para todos. Agora é seguir com os treinos em ritmo forte, aprimorando as partes física, tática e técnica. A SLAR é uma excelente oportunidade para a região usufruir de seus principais jogadores atuando perto de casa, motivados em progredir juntos”, observa Emiliano, que pretende trazer grande conhecimento técnico e ajudar na evolução de nossos jogadores.

A SLAR será realizada em duas sedes, Chile e Uruguai, no período de 16 de março a 15 de maio, com a participação de seis franquias: COBRAS (Brasil), Jaguares XV (Argentina), Selknam (Chile), Peñarol (Uruguai),  Olímpia Lions (Paraguai) e Cafeteros Pro (Colômbia). 

O torneio teve ainda um draft de jogadores argentinos provenientes do alto rendimento da Unión Argentina de Rugby (UAR) entre todas as franquias participantes. A ideia é elevar ainda mais o nível competitivo e gerar aprendizado para todos os envolvidos. No caso do COBRAS, a franquia foi reforçada por quatro atletas argentinos – Franco Giudice (abertura), Manuel Bernstein (terceira linha), Marco de Sanctis (fullback) e Santiago Grippo (primeira linha).

Palmeiras estreia na semifinal do Mundial de Clubes contra o Tigres

O Tigres, do México, será o adversário do Palmeiras, no próximo domingo (7), na estreia no Mundial de Clubes da Fifa. Os mexicanos asseguraram a vaga na semifinal contra o Verdão ao venceram de virada nesta quinta-feira (4) o Ulsan, da Coreia do Sul, por 2 a 1, no estádio Ahmad Bin Ali, na cidade de Al Rayyan (Catar). 

A equipe sul-coreana saiu na frente com um gol de cabeça aos 21 minutos de Kee Hee Kim. Ainda no primeiro tempo, aos 37, o francês André-Pierre Christian Gignac empatou para o Tigres, cujo time é comandado pelo técnico carioca Tuca Ferretti. Já nos acréscimos, Gignac voltou a marcar e garantiu a classificação dos mexicanos.

Club World Cup - Second Round - Tigres UANL v Ulsan Hyundai - técnico Tuca Ferretti, do TigresClub World Cup - Second Round - Tigres UANL v Ulsan Hyundai - técnico Tuca Ferretti, do Tigres

O carioca Tuca Ferretti, técnico do Tigres, estará à beira do gramado no próximo domingo (7) na semifinal contra o Palmeiras, comandado pelo português Abel Ferreira – Reuters/Mohammed Dabbous/Direitos Reservados- Reuters/Mohammed Dabbous/Direitos Reservados

A semifinal entre Palmeiras e Tigres será domingo (7), às 15h (horário de Brasília), no Estádio Cidade da Educação, em Doha (Catar). Quem vencer o confronto, garante o passaporte para a grande final do Mundial.

O último semifinalista será definido logo mais, também em Doha:  às 14h30, o time anfitrião Al Duhail entra em campo pelas quartas de final contra os egípcios do Al-Ahly. O vencedor vai encarar na próxima fase o Bayern de Munique, na segunda (8), às 15h. 

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Bolsonaro inaugura centro de treinamento em atletismo no Paraná

O presidente Jair Bolsonaro participou hoje (4) da inauguração do Centro Nacional de Treinamento de Atletismo, em Cascavel, no Paraná. A cerimônia contou a presença de diversas autoridades e dos medalhistas olímpicos de atletismo, Maurren Maggi e André Domingos.

O ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, contou que o investimento na obra foi de R$ 15 milhões do governo federal e R$ 6 milhões do governo paranaense. “Essa obra é extraordinária para ser, não apenas um lugar para treinamento de alto rendimento, mas, através do contraturno escolar, trazer as crianças, garimpar novos talentos e, principalmente, trazer a coisa bonita do esporte, respeito, patriotismo, seriedade, trabalho em equipe, esforço, sacrifício, cai, levante. Ou seja, não é apenas o ensino e preparação do atletas, mas é a preparação para a vida”, disse Lorenzoni.

O complexo tem uma área de 7,95 mil m² e é composto por arquibancada, setor de treino, área de fisioterapia, alojamento, guarita, estacionamento, estrutura para treino em grama, campo, pista de cooper, quadra e pista de atletismo completa.

De acordo com o Ministério da Cidadania, com essa inauguração, Cascavel passa a contar com dois equipamentos esportivos financiados pelo governo federal. Além do centro de atletismo, foi realizada a implementação e modernização do Complexo Esportivo do município, com R$ 1,7 milhão em recursos.

No início da tarde desta quinta-feira, o presidente Bolsonaro também participa da cerimônia de entrega de veículos para programa de mobilidade do Sistema Único de Assistência Social. O evento acontece em Florianópolis, em Santa Catarina.

Projeto usa olfato de cães para diagnóstico precoce do câncer de mama

No Dia Mundial do Câncer, lembrado hoje (4), o Projeto KDOG se destaca como ferramenta que pode auxiliar os médicos no diagnóstico precoce do câncer de mama. Idealizado pelo Instituto Curie, centro de pesquisa e tratamento de câncer da França, o Projeto KDOG, que utiliza cães no trabalho de biodetecção precoce de câncer em estágio inicial, chegou ao Brasil graças à parceria daquela instituição com a Sociedade Franco-Brasileira de Oncologia (SFBO).

O Instituto Curie tem mais de sete anos de pesquisas sobre o tema. A biodetecção é a utilização de animais ou outros organismos vivos para detectar algo como substâncias ilícitas ou perigosas, agentes patogênicos, entre outras coisas. O projeto desenvolve uma técnica simples, barata e não invasiva de rastreamento do câncer de mama a partir do olfato canino.

O projeto brasileiro treina cães para detectar mais de 40 tipos de câncer de mama em um laboratório, onde cones oferecem diversas amostras de odores do corpo humano. O método descarta o contato físico entre os animais e as pessoas, para evitar estresse das duas partes.

O responsável técnico pelo projeto no país, Leandro Lopes, disse à Agência Brasil que o projeto KDOG Brasil, que funciona em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, já tem um cão formado e outros dois em formação para a biodetecção. “Os cães vão ajudar a salvar vidas de pessoas e, o mais importante, com qualidade de vida para os cães”, destacou.

Amostras

O protocolo para a obtenção de amostras que serão submetidas aos cães é simples. O projeto recomenda a homens e mulheres lavar as mãos antes de dormir, com sabonete neutro, e colocar compressas entregues em um kit sobre as duas mamas, retirando-as ao acordar, após nova lavagem das mãos com o sabonete neutro. As compressas são colocadas então em um saco e enviadas para o projeto, onde são submetidas ao olfato dos animais no laboratório. Segundo Leandro Lopes, os cães ficarão estáticos em frente à amostra que der positivo para câncer de mama.

Lopes explicou que o câncer é uma modificação biomolecular que vem do corpo humano. Por isso, ela exala cheiro que, muitas vezes, é imperceptível para o homem, mas não para os cães. “Por meio do cheiro, o cão detecta se é negativo ou positivo”. O trabalho de biodetecção tem uma acertabilidade de 91,8%, comprovada cientificamente e seguindo parâmetros do KDOG França, disse. Ele observou que o trabalho não elimina os protocolos tradicionais para detecção de câncer, como mamografia e outros exames.

“O KDOG vem para antecipar isso, para tentar colocar as pessoas em uma triagem, para chegar mais rápido ao mamógrafo”. Leandro Lopes afirmou que o método pode ajudar, principalmente, populações distantes dos grandes centros, como indígenas e ribeirinhos, além de pessoas carentes, porque consegue criar uma velocidade com qualidade, para que o diagnóstico seja encontrado mais rápido. “Porque nós sabemos que quanto mais rápido o câncer for diagnosticado, mais chance tem de cura”.

Futuro

Em futuro próximo, a intenção é disponibilizar o projeto no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). “É o nosso grande sonho e desejo que isso aconteça. A gente conseguiria ajudar o SUS a ter um controle maior e maior velocidade no diagnóstico”.

Os cães deverão concluir 100% do treinamento previsto no primeiro semestre de 2021. Quando começarem a dar suporte ao SUS, ajudarão a população mais pobre a ter acesso a exames, como o de mamografia. Lopes esclareceu que o cachorro consegue sentir o cheiro do câncer antes de o tumor aparecer. “Por isso, é um processo de triagem. O cão sentiu o cheiro, deu positivo, aquela mulher entra em uma fila de mais atenção”. O projeto é aplicável também para pessoas que já tiveram câncer de mama, direcionando-as para a fila de atenção, caso um novo tumor seja detectado.

A estrutura montada prevê o treinamento de seis cães desde filhotes. Devido ao seu cônico olfativo, com muitos receptores de cheiros, os pastores alemães, belgas ou holandeses têm a preferência para esse trabalho de rastreamento precoce do câncer de mama por meio dos odores. Leandro Lopes lembrou, entretanto, que outras raças têm sido aprovadas no mundo, como o braco alemão, também conhecido como perdigueiro, e o jack russel, porque são ligadas à rusticidade. “São cães dinâmicos, com cônico olfativo interessante, rudimentares, que gostam de trabalhar”, destacou.

Apesar disso, Lopes afirmou que os cães do projeto são animais felizes, que não se desgastam nem ficam presos. São vacinados, vermifugados e fazem exames de sangue semestrais. “Não são cães robotizados, não são cães de laboratório. São cães felizes que, na hora de desconcentração, estão brincando com bolinhas, se esfregando na grama. São nossos amigos”.

Os animais trabalham com sistema de recompensa. Encontrando o odor de câncer, ganham petiscos ou brinquedos. “Não se desgastam os cães”. O projeto no Brasil conta com patrocínio oficial da marca de ração Royal Canin. 

Produção de veículos cai 4,6% de dezembro para janeiro, diz Anfavea

A produção de veículos no país caiu 4,6% em janeiro na comparação com dezembro de 2020, ao passar de 209,3 mil unidades para 199,7 mil. Comparada à produção de janeiro de 2020, quando foram produzidas 191,7 mil unidades, houve aumento de 4,3%. Os dados foram divulgados hoje (4) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

“Apesar das dificuldades foi um bom número. Temos falado que a logística tem feito um trabalho excepcional porque ainda temos descompasso e dificuldades e fomos capazes de produzir um bom número para janeiro. Foi menor do que dezembro, mas melhor que janeiro de 2020, considerando todas as circunstâncias”, disse o presidente da Anfavea, Luis Carlos Moraes.

Segundo os dados, as vendas caíram 29,8% em janeiro, com o licenciamento de 171,1 mil unidades ante as 244 mil comercializadas em dezembro. Na comparação com janeiro do ano passado, quando foram vendidas 193,5 mil unidades, a retração foi de 11,5%.

“Janeiro normalmente é um mês mais fraco para o setor, já que dezembro termina em um patamar mais alto todos os anos. É uma queda importante e estamos atentos, mas estamos comparando dados entre janeiros que tiveram com dias úteis diferentes. De qualquer forma, comparada a dezembro, a queda é  importante. Vamos acompanhar mais para frente porque ainda não dá para dizer que tem mudança relevante só a partir de um mês”, analisou Moraes.

As exportações chegaram a 25 mil unidades em janeiro deste ano, 34,8% a menos do que o registrado em dezembro, quando foram comercializadas no mercado externo 38,4 mil unidades. Na comparação com janeiro do ano passado, quando as exportações foram de 20,5 mil veículos, houve aumento de 21,9%. “Número bom para a exportação considerando o cenário, com pandemia na América Latina”.

De acordo com a Anfavea, o emprego em janeiro foi de 103,4 mil postos de trabalho no setor de autoveículos, o que representou um aumento de 2,1% em relação a dezembro (101,2 mil). Com relação a janeiro do ano passado, quando eram 107,2 mil vagas, houve queda de 3,5%. 

“Grande parte do acréscimo neste ano é por conta das montadoras ligadas a veículos comerciais, que voltaram a contratar. Boa parte dessas contratações são temporárias, com prazo determinado. Isso indica alento, mas certa preocupação sobre quão firme será a demanda num futuro próximo. Nós torcemos para que o emprego temporário seja transformado em permanente”, disse Moraes.